top of page

Biografia / Biography

1 - Jornal Noruega 1 Editada.jpg
Captura de tela 2021-04-30 104751.jpg
Bandeira UK.png

Biografia

Antonio Godoy Moreira foi um pintor e restaurador brasileiro, reconhecido internacionalmente e com mais de 3.000 obras distribuídas por inúmeros países ao redor do mundo, principalmente levadas por capitães de navios que aportavam no Porto de Santos, São Paulo – Brasil, cidade de sua morada, entre as décadas de 30 a 70. Estudou na Espanha por 8 anos no início da década de 20. Neste período, percorreu a Europa aprimorando sua técnica e buscando conhecer a obra dos grandes mestres da pintura. Por sua fama com capitães de navio escandinavos, foi criado na Noruega o “Godoy Clube”, somente para possuidores de duas ou mais obras do artista. Exímio restaurador, restaurou em 1973 mais de 50 quadros de renomados artistas, de forma totalmente voluntária, para a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos. Os rostos eram sua preferência, sendo um realista e conhecido como o “Pintor de Cabeças”, a grande maioria de seus quadros tem figuras humanas, que retratava com maestria, nas suas telas pintadas a óleo.

Antonio Godoy nasceu no dia 10 de novembro de 1903, na cidade de Piracicaba, interior do estado de São Paulo – Brasil, filho de Francisco Godoy Garcia e Adelaide Godoy Martins. Iniciou seus estudos no Colégio Agrícola de Piracicaba (importante escola de agronomia no Brasil) e seu pai tinha o desejo de que se formasse Engenheiro Agrônomo. Porém, aos 6 anos (1909) pintou seu primeiro quadro, e isso mudou tudo. Era um gatinho bebendo leite e esta foi a faísca que despertou nele o sentimento de amor à pintura, e a certeza que o sangue de artista corria em suas veias. Com este quadro ganhou sua primeira medalha, oferecida pelo Jornalista “Seo” Pedro, proprietário de um jornal da cidade. Buscou este quadro para comprá-lo, mas nunca o encontrou.

Esse seu despertar o levou a conviver diretamente com seus vizinhos, pintores da renomada família Dutra, passando muitas vezes mais tempo com os Dutra do que em sua própria casa. Nestes anos de convivência pode aprender muito mais sobre pintura.

 

Quando completou 12 anos (1915), desistiu do Colégio Agrícola e foi morar no Rio de Janeiro, para estudar na Escola de Belas-Artes, onde permaneceu por 2 anos. Volta a Piracicaba em 1917 para receber uma herança de sua avó e, com uma condição financeira estável, passa a fazer as duas coisas que mais gostava: a primeira, que era pintar, aprimorando suas técnicas e buscando a perfeição; e a segunda, que era a boêmia. Abandonou definitivamente a escola e, nestes anos, quando não estava pintando, estava na farra.

 

Mantinha contato, por correspondência, com parentes na Espanha, e aos 16 anos (1919) pede autorização para os pais e parte para Málaga - Espanha, em busca de aprendizado. Viaja primeiro pela Espanha, visitando museus e pintores. Passa a estudar na Escuela Especial de Pintura, Escultura y Grabado que compartilhava o prédio com a Real Academia de Bellas Artes, em Madrid. Aproveita seu tempo na Europa intercalando aulas de pintura com a venda de quadros, e viagens, visitando Paris, Berlin, Roma, Milão, Lisboa, Amsterdã, e conhecendo grandes nomes da pintura.

 

Teve aulas e fez amizade com o “Professor Zuloaga”, como o chamava, que se tratava nada menos que Ignacio Zuloaga (1870-1945), um dos mais destacados pintores espanhóis do Século XX, com prêmios e distinções internacionais, e chamado na época, em Paris, de “O Último Grande Mestre da Escola Espanhola de Pintura”. Relatou que conheceu e pintou com Salvador Dalí, contemporâneo seu e que tinha profundo respeito pelo artista, considerando-o o maior desenhista de todos.

 

Em 1926 retorna ao Brasil. Permanece menos de um ano em Piracicaba, pois uma rica tia de Madrid, da qual gostava muito, o chama de volta. Assim fica mais um ano em Madrid estudando e pintando. Em 1928 retorna definitivamente ao Brasil, permanecendo, mais uma vez, por pouco tempo em Piracicaba, até resolver se mudar para o Rio de Janeiro. Provavelmente, por ter que pegar um navio para o Rio de Janeiro, ou outro motivo, não se sabe, chega a Santos, e se encanta com a cidade, onde passa a morar. Em 25 de julho de 1929, aos 25 anos, se casa com a Santista Violante Costa e tem cinco filhos, sendo dois homens e três mulheres.

 

Passa a pintar paisagens e figuras humanas e viver dos recursos de sua obra. Vive uma vida relativamente calma até 7 de julho de 1934, quando um acidente de carro na antiga rodovia que ligava Santos a São Paulo, resultou na perda de seu olho direito. Foram anos difíceis, nos quais foi necessário reaprender a pintar e se acostumar com novas perspectivas, a partir de um olho só. Em muitos momentos pensou em desistir mas, com o estímulo do Dr. Walter Autran, pai de Paulo Autran (famoso artista brasileiro), volta a pintar furiosamente em 1936.

           

Para atrair clientes, visitava navios no porto de Santos com uma coleção imensa de fotografias. Desafiava a todos dizendo que podia pintar qualquer foto em horas e que bastava uma fotografia 3x4 para pintar uma família inteira, e o fazia com maestria. Assim, muitos quadros foram pintados a bordo dos navios durante a noite e, na manhã seguinte, seguiam, ainda frescos, para países de todo o mundo.

           

Seu gosto pela boêmia nunca o deixou e, além dos navios, frequentava também a chamada “Boca do Lixo”, na região do cais de Santos. Era assíduo frequentador de muitos estabelecimentos e podia ser encontrado em vários deles, durante o dia ou a noite, bebendo, conversando ou pintando. Mas o seu preferido era o “Bar Chave de Ouro”, localizado estrategicamente no meio da “Boca”, e passagem obrigatória dos frequentadores, muitos deles marinheiros do mundo todo. O “Chave de Ouro” possuía uma espécie de Galeria de Arte em seus Nobres Salões, onde os artistas amigos do proprietário podiam expor e negociar suas obras.

Sua fama cresce localmente e realiza a primeira exposição fora da cidade, no Hotel Guarujá, na Cidade do Guarujá, vizinha a Santos. Ao término desta exposição resolve comemorar com os amigos no seu restaurante preferido, o “Chave de Ouro”, e aí ocorre um fato que muda sua carreia para sempre. Ao chegar ao restaurante é notado pelo comandante de um navio norueguês, Mr. Gustavson, pois estava com sua caixa de tintas e paleta, provavelmente para uma encenação na comemoração, e assim atraiu sua curiosidade. Mr. Gustavson perguntou se ele seria capaz de pintar o quadro de seu pai, olhando somente para uma fotografia que tinha na carteira, e isso antes que seu navio partisse.

 

Acontece que o navio sairia no dia seguinte às 10 horas da manhã. Os amigos duvidaram e incentivaram uma aposta. Apostou e ganhou. Às 3 horas da manhã, o quadro do pai do Comandante Gustavson estava terminado. Na manhã seguinte, ainda houve tempo para que o comandante visitasse seu ateliê e comprasse todos os 10 quadros prontos que ele possuía. E assim foram exportados para a Noruega os primeiros 11 quadros de um artista brasileiro, que até este evento era desconhecido por lá.

2 - Jornal SÓ PAGINA DO AVÔ - 1972-04-15

Jornal DAGEN, 15 de abril de 1972

Com este evento, sua fama se espalha entre os homens do mar, e capitães de navios Escandinavos passam a desembarcar e se dirigir direto para seu ateliê, muitos deles portando fotos de familiares para serem transformadas em obras de arte, pelo grande artista Antonio Godoy. As referências “boca a boca” culminaram com a criação do “Godoy Clube” na cidade de Bergen, Noruega, onde para se associar o pretendente devia possuir pelo menos duas obras do pintor. Relatos vindos de lá, informavam ainda que foi criada uma “Sala Antonio Godoy”, exclusiva para seus quadros, no museu da cidade. Em 1972, esteve no Brasil um jornalista Norueguês para uma entrevista exclusiva de uma página com o pintor, que foi publicada em 15 de abril de 1972, no Jornal DAGEN, de Bergen, Noruega.

Capitães de navios de todo o mundo passaram a ser seus clientes assíduos e um só capitão americano comprou 50 obras suas para montar a própria coleção particular. Godoy se gabava que se pintasse 5 quadros, teria 10 compradores na porta. Seu maior mercado se tornou o exterior, mas relatava que só em Santos havia mais de 1.000 quadros seus, e ao redor do mundo deveriam ser entre 3.000 e 4.000.

A partir daí começa uma série de exposições individuais e coletivas, em Santos, Catanduva, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e muitas outras cidades do interior do estado de São Paulo. Ao longo dos anos participa dos: 1° Salão de Belas Artes de Santos; 1° Salão de Belas Artes do Clube Atlético Santista; Exposição Artistas Plásticos de Santos; 3°, 4° e 5° Salões Oficiais da Associação Santista de Belas Artes; 12° Salão Coletivo da Associação Santista de Belas Artes, além de muitas outras mostras em Santos. Sua obra está catalogada em 10 das 13 edições do "Dicionário de Artes Plásticas no Brasil".

Em 25 de Julho de 1946 realiza uma grande exposição no famoso Hotel e Cassino Parque Balneário, em Santos, e termina a exposição com a venda de todos os 102 quadros que estavam expostos. Na sequência, cria a “Galeria de Arte Godoy”, vizinha ao antigo Cine Gonzaga, aberta a todos os artistas que ali quisessem expor sua arte. Em 1947 sua carreira está em alta e reclama que não quer mais participar de exposições, pois a fama não o atrai e também pela “queixa” de que não conseguia juntar quadros suficientes para uma exposição, pois todos eram vendidos antes.

Nos anos seguintes sofre um acidente de bonde, causando uma fratura no joelho, que o leva a usar uma bengala pelo resto de sua vida. Teve ainda, ao longo da vida, dois infartos e problemas pulmonares, que enfraqueceram sua saúde.

Em 1949, pinta o quadro de Rui Barbosa para a Prefeitura da Santos e, no mesmo ano, em 12 de novembro, recebe a “Medalha Comemorativa do Centenário de Rui Barbosa”, concedida pela Câmara Municipal de Santos a personalidades com relevantes trabalhos.

3 - A Tribuna 25 de Julho de 1946.jpg

Exposição no Hotel e Cassino Parque Balneário

4 - Camara Municipal 1949.jpg

Carta de concessão da Medalha Comemorativa do Centenário

de Rui Barbosa

Em 1963, pinta o quadro em tamanho natural de José Bonifácio de Andrade e Silva para a Prefeitura de Santos, que ainda se encontra exposto na Câmara Municipal da cidade. Neste mesmo ano, em 7 de setembro, é agraciado com a “Medalha do Jubileu de Ouro” do Clube Atlético Santista, em cerimônia realizada na sede do Clube.

 

Em 1964, depois de um infarto, para de beber e fumar, abandonando seus 3 maços de cigarro por dia e os diários “pileques” e, por fim, abandona a vida boêmia que muito aproveitou durante sua vida.

Neste mesmo ano de 1964, recebe o Título de Cidadão Santista, por sua contribuição para a Cidade de Santos. Tinha este título com uma das maiores honras que recebeu ao longo da vida. Pouco se conhece, até por sua personalidade introspectiva durante o dia e seu descompromisso com a fama, mas Antonio Godoy participou de várias ações comunitárias com a doação de inúmeros quadros para instituições de caridade, como a Cidade da Criança (no Município da Praia Grande), o 2° BC do Exército em São Vicente, o Hospital da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos, a Missão de Marinheiros Noruegueses no Brasil, além de ajudar a construir um Centro Espírita, pintar voluntariamente para igrejas e lares de idosos, e restaurar, sem receber nenhum centavo, todos os quadros da mesma Santa Casa de Santos, entre outras ações filantrópicas.

Em 1965, efetua mais doações para a Santa Casa de Misericórdia de Santos e recebe uma correspondência de agradecimento à doação de quadros para a instituição.

Cego de um olho, manco de uma perna, continua a pintar e restaurar, e se gaba de não precisar andar mais pela cidade de Santos, afirma que a conhece palmo a palmo e pode pintá-la sem sair de casa. Era a sua vida. Sua produção diminui em função de sua saúde e passa a utilizar uma tendência mais impressionista nesta fase final de sua carreira. Experimenta espátulas sobre tela e sobre madeira, sempre com suas amadas tintas a óleo. Um ou dois quadros desta fase foram encontrados.

Dia 22 de março de 1974 é agraciado com mais uma medalha, a Medalha dos Andradas, concedida pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santos.

Continuou pintando até seu falecimento, em 4 de julho de 1975, na Santa Casa de Santos. Como homenagem póstuma, foi dado seu nome a uma rua em Santos, que passou a se chamar “Rua Antonio Godoy Moreira".

Sua última exposição foi póstuma e aconteceu em 15 de outubro de 1976, na Galeria Alhambra em Santos, onde suas obras ladearam as de Guiomar Fagundes, unindo assim dois velhos amigos.

7 - Titulo Medalha dos Andradas.jpg

Concessão da Medalha dos Andradas

1 - Jornal Noruega 1 Editada.jpg

Biography

Antonio Godoy Moreira was a Brazilian painter and restorer, internationally recognized and with more than 3,000 works distributed by several countries around the world, mainly taken by ship captains, who docked at the Port of Santos, São Paulo - Brazil, city of his residence, between the decades of 30 and 70. He studied in Spain for 8 years in the early 1920's. During this period, he traveled around Europe improving his technique and seeking to know the work of great masters of painting. Due to his fame with Scandinavian ship captains, the "Godoy Club" was created in Norway, only for owners of two or more paintings by the artist. An excellent restorer, he restored more than 50 paintings by renowned artists in 1973, totally voluntarily, for the “Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos”. Faces were his preference, being a realist and known as the "Head Painter" (“Pintor de Cabeças”), the majority of his paintings have human figures, which he portrayed with mastery, in his oil paintings.

Antonio Godoy was born on November 10, 1903, in the city of Piracicaba, São Paulo – Brazil, son of Francisco Godoy Garcia and Adelaide Godoy Martins. He started his studies at the Colégio Agrícola de Piracicaba (an important agronomy school in Brazil) and his father wanted him to graduate in Agronomy Engineering. However, when he was 6 years old (1909) he painted his first painting, and that changed everything. It was a kitten drinking milk, and this was the spark that awakened in him the feeling of love for painting and the certainty that the blood of an artist ran in his veins. With this painting, he won his first medal, offered by the journalist "Seo" Pedro, owner of a local newspaper. He looked for this painting to buy it, but never found it.

 

This awakening led him to coexist with his neighbors, painters from the renowned Dutra family, often spending more time with the Dutras than in his own home. In these years of coexistence, he could learn much more about painting.

 

When he turned 12 years old (1915), he dropped out of Colégio Agrícola and went to live in Rio de Janeiro to study at Escola de Belas-Artes, where he stayed for 2 years. He returned to Piracicaba in 1917 to receive an inheritance from his grandmother and, with a stable financial condition, he began to do the two things he liked most: the first, which was painting, improving his techniques and seeking perfection; and the second, which was bohemianism. He completely abandoned school and, in these years, when he was not painting, he was partying.

 

He kept in touch, by mail, with relatives in Spain, and at the age of 16 (1919) he asked his parents’ permission and left for Malaga, Spain, in search of learning. He travels first throughout Spain, visiting museums and painters. Then, he began to study at the Escuela Especial de Pintura, Escultura y Grabado, which shared a building with the Real Academia de Bellas Artes, in Madrid. He spent his time in Europe between taking painting classes and selling paintings, and traveling, visiting Paris, Berlin, Rome, Milan, Lisbon, and Amsterdam, and meeting great painters.

 

He had classes and became friends with "Professor Zuloaga", as he called him, who was no less than Ignacio Zuloaga (1870-1945), one of the most outstanding Spanish painters of the 20th century, with international awards, and called at the time, in Paris, "The Last Great Master of the Spanish School of Painting”. He reported that he met and painted with Salvador Dalí, a contemporary of his, and that he had a deep respect for the artist, considering him the greatest drawer of all.

 

In 1926, he returns to Brazil. He stayed less than one year in Piracicaba, because a rich aunt in Madrid, whom he liked very much, called him back, and so he stayed another year in Madrid studying and painting. In 1928, he returns definitively to Brazil, remaining, once again, for a short time in Piracicaba, until he decides to move to Rio de Janeiro. Probably because he had to take a ship to Rio de Janeiro, or for another reason, it is unknown, he arrives in Santos, and was enchanted with the city, where he moved to. On July 25, 1929, at the age of 25, he married Santista Violante Costa and had five children, two men and three women.

 

He started painting landscapes and human figures, lived off the resources of his work and had a relatively calm life until July 07, 1934, when a car accident on the old highway that connected Santos to São Paulo resulted in the loss of his right eye. They were difficult years, where he had to relearn how to paint and get used to new perspectives, from only one eye. At many moments he thought about giving up, but, due to Dr. Walter Autran's (father of Paulo Autran and famous Brazilian artist) encouragement, he started painting furiously again in 1936.

 

To attract clients, he visited ships in the port of Santos, with a huge collection of photographs. He challenged everyone saying that he could paint any picture in hours and that a 3x4 photo was enough to paint an entire family, and he did it with mastery. Therefore, many pictures were painted on board of ships during the night and, in the next morning, they were sent, still fresh, to countries all over the world.

His taste for bohemianism never left him and, besides the ships, he also went to the so-called "Boca do Lixo", in the Santos wharf area. He often went to many establishments and could be found in many of them, during the day or at night, drinking, chatting or painting. His favorite was the "Bar Chave de Ouro", strategically located in the middle of the "Boca", and a mandatory passage of the frequent visitors, many of them sailors from all over the world. The "Chave de Ouro" had sort of an Art Gallery in its Noble Halls, where artists who were friends with the owner could exhibit and negotiate their works.

           

His fame grew locally and he carried out his first exhibition outside the city at the Hotel Guarujá, in the city of Guarujá, neighbour to Santos. At the end of this exhibition, he decided to celebrate with his friends at his favorite restaurant, the "Chave de Ouro", and then an event occurs, which changes his career forever. When he arrived at the restaurant, he was noticed by the commander of a Norwegian ship, Mr. Gustavson, because he was carrying his box of paints and palette, probably for a staging at the celebration, and thus attracted curiosity. Mr. Gustavson asked him if he would be able to paint the picture of his father, looking only at a photograph he had in his wallet, and before his ship sailed.

 

It turned out that the ship would leave the next morning, at 10am. His friends doubted and encouraged a bet. He bet and won. At 3 a.m., the painting of commander Gustavson's father was finished. The next morning there was still time for the commander to visit his studio and buy all the 10 finished paintings that he had. Thus, the first 11 paintings by a Brazilian artist who until this event was unknown there, were exported to Norway.

2 - Jornal SÓ PAGINA DO AVÔ - 1972-04-15

DAGEN Newspaper, April 15, 1972

With this event, his fame spreads out among seamen and captains of Scandinavian ships begin to land and go straight to his studio, many of them carrying pictures of family members to be transformed into works of art by the great artist Antonio Godoy. “Word of mouth" references culminated in the creation of the "Godoy Club" in the city of Bergen, Norway, where to become a member the candidate had to own at least two works from the painter. Stories coming from there also informed that an "Antonio Godoy Room" was created exclusively for his paintings in the city's museum. In 1972, a Norwegian journalist was in Brazil for an exclusive one-page interview with the painter, which was published on April 15, 1972, in the DAGEN newspaper, from Bergen, Norway.

Captains of ships from all over the world became his regular clients and one American captain alone bought 50 paintings to build up his own private collection. Godoy showed off that, if he painted 5 paintings, he would have 10 buyers at his door. His biggest market became outside of Brazil, but he reported that in Santos alone there were more than 1,000 of his paintings and around the world there must have been between 3,000 and 4,000.

Since then a series of individual and collective exhibitions began, in Santos, Catanduva, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto and many other cities in the countryside of the state of São Paulo. Along the years, he participated in the: 1st“Salão de Belas Artes de Santos”; 1st Salão de Belas Artes do Clube Atlético Santista”; "Exposição Artistas Plásticos de Santos”; 3rd, 4th and 5th "Salões Oficiais da Associação Santista de Belas Artes”; 12th "Salão Coletivo da Associação Santista de Belas Artes”, besides many other exhibitions in Santos. His work was catalogued in 10 out of the 13 editions of the "Dictionary of Plastic Arts in Brazil" (“Dicionário de Artes Plásticas no Brasil”).

On July 25, 1946, he carried out a great exhibition at the famous Hotel e Cassino Parque Balneário, in Santos, and ends the exhibition with the sale of all 102 paintings that were displayed. After that, he created the "Godoy Art Gallery" (“Galeria de Arte Godoy”), next to the old Cine Gonzaga, open to all artists who wanted to exhibit their art there. In 1947, his career was on the rise, and he complained that he no longer wanted to participate in exhibitions, because fame did not attract him and because of the "complaint" that he could not gather enough paintings for an exhibition, as they were all sold beforehand.

In the following years he was involved in a tram accident, causing a fracture in his knee and forcing him to use a cane for the rest of his life. During his life, he also had two heart attacks and lung problems, which weakened his health.

 

In 1949, he painted Rui Barbosa for the Santos City Hall and, in the same year, on November 12, he received the "Rui Barbosa Centennial Commemorative Medal" (“Medalha Comemorativa do Centenário de Rui Barbosa”), granted by the Santos City Hall to personalities with relevant works.

3 - A Tribuna 25 de Julho de 1946.jpg

Exhibition at the Hotel e Cassino Parque Balneário

4 - Camara Municipal 1949.jpg

Medalha Comemorativa do Centenário

de Rui Barbosa

In 1963, he paints the life-size painting of José Bonifácio de Andrade e Silva for the Santos City Hall, which is still displayed at the city’s Municipal Council. In this same year, on September 7, he is awarded with the "Golden Jubilee Medal" (“Medalha do Jubileu de Ouro”) from the Clube Atlético Santista, in a ceremony held at the club's headquarters.

In 1964, after a heart attack, he stops drinking and smoking, abandoning his 3 packs of cigarettes per day and the daily "pileques" and finally abandons the bohemian life, which he enjoyed so much during his life.

 

In this same year, 1964, he received the Title of Citizen of Santos, for his contribution to the City of Santos. He had this title as one of the greatest honors he received during his life. Little is known, even due to his introspective personality during the day and his lack of commitment to fame, but Antonio Godoy participated in several community initiatives with the donation of several paintings to charities, such as the"Cidade da Criança” (in the City of Praia Grande), the"2° BC do Exército em São Vicente”, the “Hospital da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Santos”, the “Missão de Marinheiros Noruegueses no Brasil”, besides helping to build a spiritual center, voluntary painting for churches and elderly homes, and restoring, without receiving any money, all the paintings of the same “Santa Casa de Santos”, among other philanthropic actions.

In 1965, he makes more donations to the “Santa Casa de Misericórdia de Santos” and receives a letter to thank him for the donation of paintings to the institution.

Blind of one eye and limp of one leg, he continues to paint and restore and shows off that he no longer needs to walk around the city of Santos, as he states that he knows it inch by inch and can paint it without leaving his home. It was his life. His work decreased due to his health and he began to use a more impressionist tendency in this final phase of his career. He experimented with spatulas on canvas and on wood, always with his beloved oil paints. One or two paintings from this phase have been found.

On March 22, 1974, he was awarded with one more medal, the “Medalha dos Andradas”, granted by the Instituto Histórico e Geográfico de Santos.

He continued painting until his death, on July 4, 1975, at Santa Casa de Santos. As a posthumous tribute, his name was given to a street in Santos, which became "Rua Antonio Godoy Moreira”.

 

His last exhibition was posthumous and happened on October 15, 1976, in the Alhambra Gallery in Santos, where his works flanked those of Guiomar Fagundes, thus uniting two old friends.

7 - Titulo Medalha dos Andradas.jpg

Medalha dos Andradas

English
Português
  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn

©2021 por ANTONIO GODOY Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page